sexta-feira, 24 de junho de 2011

De Pó e de Poesia XV

Mestre...

A vida de círculos viciosos passa mesmo pela esquina, nas normalidades que de tão comuns se tornam invisíveis, redundâncias de mãos dadas com trivialidades... Nas dependências e crenças insistentes e descrentes...

Ele fecha a porta e abre o portão...
Apaga uma vida, pisa este chão...
O cimento nem se dá conta da vida
Que pulsa naquele caminhar...
Os ruídos tem som de gente
necessidade urgente
enxergar nem se sabe o que
viver nem se sabe para que
o que começa e termina
sem meio, sem fim, sem começo
não se explica em canções
não se traduz em palavras
nas barbas de um homem sábio
nas botas surradas da estrada
no pó, poeira perdida
na curva que disfarça a vida
um inverno de santos esquecidos
poemas de cartas marcadas
confusas percepções
incompreensão certa
se o ponto de vista
depende da vista de cada ponto
foge o sábio de barbas longas
mas coragem de fugir é medo de ficar
da cor do sorriso que nunca vi
a palavra escorre e mistura-se ao tempo
ao zoodíaco fatídico radiofonado em todas manhãs
nas crenças de muitas eras
nas relações que se perdem na estrada
para além da curva
e para aquém do pó
as letras que o homem arremessa ao papel
tornam-se palavras
e palavras recombinadas: sentimentos
quisera em tantas quimeras do frio inverno que se aproxima
a compreensão das sentimentalidades vendidas
a fotografia dos cotidianos registrados
mas eis que acordo
e ainda sou apenas um pequeno pedaço de humanidade
falho em palavras e falho em compreensões.

2 comentários:

  1. O legal é acessar e ver que além de ter sempre coisa nova e boa pra ler é admirar a sua capacidade de diariamente estar compondo textos e poesias, coisa de quem respira sensibilidade

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