quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Partes de Mim XXXI

 

Despetalando carinhos...

Vazio
tem sol lá fora e aqui faz frio
o tempo arrasta a saudade
o aço rasga a vontade
Amor
Eu não o diria se não o sentisse
eu não amaria se você não existisse
Mas eu te quis tão perto
e eu tinha tantos muros
que me perdi no deserto
dos seus discursos maduros
e te vesti de amor perfeito
o que não precisava ser
porque amor é amor
mesmo sem perfeição
mesmo rasgando em dor
mesmo rompendo com a ilusão
amor ainda é amor
quando você não está
porque está em mim
e eu não sinto fome
eu só sinto um frio que consome
um vazio que você preencheu
não há existência
nem essência que resista
nem lágrima que não insista
em cair na sua ausência
eu o quis tão perto
tão quente e dentro de mim
e ainda te quero assim
como se nada mais
pudesse fazer sentido
e te pressentir em mim
como um universo consentido
fosse o meu ar
o que me faz respirar
o que me permite querer
o que me faz entender
que amar é ter um universo
preso em sonho adverso
e descobrir que nada mais
nada mais é capaz
capaz de acalmar os meus dias
não há o suficiente em poesia
nem palavras convincentes
não há lágrimas dentro da gente
Há uma dor indigente
que prende em dias frios
os fantasmas arredios
que deveriam fugir
fugir, quando faz verão
queira o que sou por inteiro
não fuja como todos
como todos que se foram
como os tolos que não entenderam
eu o sinto maior
mesmo que você não possa ver
mesmo que não consiga entender
não há tanto de você que eu não entenda
e eu sei de alguma forma
que nossas linhas tortas
são universos planejados
não é preciso mecanismos rebuscados
não demorará tanto
mesmo que o tempo não ajude
para que o tempo mude
e eu fuja dessa cidade
por te querer a mais
que qualquer outra realidade...

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