domingo, 3 de abril de 2011

De Pó e de Poesia I

E o que fazer agora
Se flores não nascem e a possibilidade remota derrota o acaso?
Não quero passos escuros no vazio da existência,
se nao chega o tempo em que é minha a hora
carrego vazios existenciais que de validade não tem prazo
e arrasto as crenças alheias à ciência...

...como uma redoma na qual me escondo é o vazio,
o silêncio que cala mesmo em meio à multidão
como uma limitada situação,
como um momento que não pode ser descrito, solidão...
Vazio que preenche o espaço entre dois corpos
e inertes ou não, eles sobreviverão

A sede de presença não consegue despir da ausência
e não há ciência que explique com detalhes o que acontece
quando a mente cala, adormece
e nos corredores fugidios da madrugada
uma sede desesperada de braços amigos nos visita...

Eis que não domino o que antes me dominava
padeço em tristes dias e noites mal dormidas
da sua ausência em figura retorcida,
mas a presença que agora me acerca
grita em palavras e ações que tazem a dúvida
insegurança, as vezes vazio...

Abraça-me uma vontade de deixar as lágrimas cairem
de simplesmente me refugiar em braços acolhedores
Mas os braços já não existem...
E me abraça então o vazio...
Foge a criança pelos corredores
e  a criança é meu coração...
cansado, pesado, tão cheio e tão vazio de amores,
temores, palavras e ilusão...
Foge do mundo que o maltrata...
foge pra não ter de enxergar
que as piores redomas nós mesmos construídos
e que há paredes impenetráveis para quem estiver do lado de fora da morada...
Se a solidão é o destino... Faço dela também meu aprendizado...
E pela letra da música... e pelos acordes que a embalam...
Eu sei... Eu sigo só....

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