sexta-feira, 18 de novembro de 2011

De Pó e de Poesia XLVIII

 

Que bem fazia...

O reflexo refletia...
O espelho distorcia...
O olhar acreditava...
A boca ensaiava...
Era belo o sorriso...
Um orgulho impreciso...
Misturado com qualquer versão banal...
De uma canção internacional...
De uma poesia letrada...
De palavra declamada...
Reflexo de refletir a alma...
Nem rosto e nem calma...
Nem porta de elevador...
O orgulho despiu-se em flor...
Nem frio nem calor...
Ele reclama ausências...
Adotava reverências...
Choramingava vazios...
Nunca cantava o amor...
Não regava nenhuma flor...
Nem de pimentas degustava
o ardor quente da palavra...
Eles prostrava alma em beira-mar...
Era um jovem leão a repousar...
Nem tabuleiros, nem xadrez...
Não tinha mais dezesseis,
nem gostava de pensar alto...
Leões são mesmo assim...
Quase silenciosos
gatunos inteligentes...
mentes que descansam
à sombra das fêmeas que os alimentam...
Será que ele amou?
Será que eles amam?
Reflexo, espelho, viagem...
Nenhuma paisagem...
Nenhum reflexão...
Sem Narciso
nem corpo estendido no chão
os dedos escorregaram
era a última despedida...
Uma alma comprimida
galgava a última subida...
Ferindo sentimentos seus
o anjo dizia adeus...



 


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