quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Três Pontos Negros XVI

 

Tudo o que Aparenta...

Feito cães e gatos... Folhas ao vento, palavras cruzadas como fogo brando de guerra existencial... Cabedais em quintais de morte e vida severina... Os severinos sempre são os mesmos, independente do sertão que os governe... As crianças, as lembranças, as ânsias e sentimentos sempre são os mesmos... Caminham os mesmos jovens, das mesmas paragens diferentes de um universo desigual... Eles sorriem tão belos, tão nobres, tão sensatos, tão pobres... Ausências, presenças, miragens no horizonte... A gente que fazia planos, também é a mesma gente que se desfaz deles... Em tempos de desespero, sopro de esperança é rajada de vento forte, que remove grades, derruba muros, constrói edificações de vida... Vida qualquer sussurrada na surdina, ostentada na esquina do tempo, do espaço, do caminho... Guardo a armadura de cavaleiro medieval e lanço mão das magias, que em jogos de iludir todos podemos ser heróis... Minhas palavras desgovernadas na lista de inscrição, onde o total da soma é 54... Mais um no rol, que sou sem nem saber que sou... "Going To The Magic Island". Não há estupidez que dê conta de tecer fios de teia como a aranha em sua necessária lida contínua... As teias lançam-se despretensiosas e quase transparentes e eu reparo na repetição dos atos... Sinal de que me torno um adulto sem nunca ter sido propriamente uma criança... Abro os braços em queda livre... Um passo de cada vez, que o tempo é o melhor conselheiro, embora não seja o melhor remédio... Quem precisa remediar agora? A minha hora de fazê-lo é passada... Você não sabe de tudo... Você em seu tudo ou nada é tão parecido comigo, que pensa nem o ser... Todos os senhores de seu destino, aliam-se em escalas de tempo a contemplar os poemas de humanidade e amor que sempre dedico a suas ausências, ou presenças silenciosas, ou dores de olhar... Não faço por maldizer-te poemas ou palavras sem citar... Não faço por mal querer-te dizer que me é feito amor de tuas palavras e retratos rasgados... Teatro mágico que desfigura o tempo... Almas distantes de vidas que passaram e que virão... O próximo passo é a regressão... Creias no que quiseres sei que haverá para além do badalo hiptótico uma resposta para toda essa curiosidade... Será do sétimo dia a prova dos nove, quando soarem as quatorze horas e a caneta correr miúda, macia, negra e insuficiente para o momento, papel afora... "The Magic Island" como palco principal de um evento cujo significado maior é meu... Contagem regressiva para o novo que se achega sem falsos pudores... Para um novo tempo de sermos nossos abraços em leveza de dias renovados... Para um breve futuro que aproxima de mim seus passo, sem deixar as vontades se perderem no esquecimento, eu vou vivendo... A sala de espera que durou décadas não existe mais... Tanto faz o risco, melhor corrê-lo que passar a vida perguntando o que teria sido do momento, se o caminho desejado fosse escolhido e trilhado...



Dedicado a todos os que me fazem acreditar que sou capaz.

2 comentários:

  1. "Em tempos de desespero, sopro de esperança é rajada de vento forte, que remove grades, derruba muros, constrói edificações de vida..."

    Estas nossas alunas que crescem e aprendem a escrever... Estas nossas alunas que nos deixam com nós nas gargantas.

    Abraços,
    Prof. José Antônio

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  2. Posso deduzir por tudo que já li que estes Três Pontos Negros referem-se às reticências. Estou enganada? As suas e as de sua escrita. Vou deixar mais um parabéns, só pra variar.

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