sábado, 25 de maio de 2013

Vez em quando é preciso ar...
Armar o próximo número...
O próximo encantar...
Desencantar do impossível
e com o impossível novamente se encantar...

Vez em quando é preciso água...
Aguar com amor o terreno infértil do coração...
Reescrever uma canção...
Rimar poesia com saudade...
Rimar impossibilidade com ilusão...

Vez em quando é preciso acreditar...
Dar crédito ao que não é confiável...
Deletar o indeletável...
Reescrever o inevitável...
Vez em quando é preciso fazer do amor hábito saudável...

É do pó e da poesia que a gente nasce...
É pela rima da poesia que a gente cresce...
É pela edição da poesia que a gente amadurece...
É pela conclusão da poesia que a gente envelhece...

É pela espera do inesperado que a gente
Espera de quem não tem, novas sementes...
É pela ausência que a gente sente saudade...
É por ter amor... Amor de verdade...

Como se a própria palavra, verdade já não transparecesse...
Como se o próprio amor, amor já não declarasse...
Como se a própria ausência, saudade já não admitisse...
Como se a própria promessa, promessa já não o fosse...

Espero o tempo de te ver passar pelo meu portão...
Emoldurar seu rosto em minha janela lilás...
Repousar sua face pálida sobre o meu peito...
E adormecer ouvindo as batidas do meu coração...

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