quinta-feira, 21 de abril de 2011

De Outros Tempos V

Extrato

Tantos medos que nem sei
e talvez não saiba ninguém
carregar pesado fardo
quando o espírito magoado
derrama-se em pranto
estranho e vão momento
para esquecer o sofrimento
e alcançar o que é alma
que banha da vida e acalma
em seu favor em acalanto
eu te atiro a um canto
se canto, teu canto
misturo mil invólucros de ternura
é inútil a vã ventura
mas se é assim cantando
é mesmo assim e quando
o remorso é desgosto
abaixa timidamente o rosto
talvez seja melhor...
tornar ausente teu presente
pressentir-te ao olfato
e o que ele não pressente
é intocável a qualquer tato
quando presente é ausente
o leito está intacto
espalho nova semente
de orvalho abstrato...

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