domingo, 24 de abril de 2011

De Outros Tempos XVII

Gênio alado

Sopra o vento tão cansado
de voar não sei pra onde
de viver tão calado
não parar naquela ponte
para provar da água
e banhar-se sem demora
mas no peito desejo deságua...
É preciso partir sem demora
... Ele queria ser cantor
mas ninguém quer lhe ouvir
em comovente langor
antes que possa perceber
lá vai ele outra vez
sempre a voar e a sofrer
sem perder a altivez
triste é seu lamuriar
lá ao longe, solitário...
Quem dera pudesse amar
e abedecer horário...
Vai o vento sem destino
sem motivo pra seguir...
Joga a bola o menino...
O vento precisa seguir
Sem motivo pra sorrir
ele chora e não se vê
com o vento a seguir
a resposta de um porquê...

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