quarta-feira, 31 de agosto de 2011

De Pó e de Poesia XXXV


Cada mês tem seu gosto II

Cada agosto...
tem um gosto diferente...
depende do que se sente...
depende de quem se espera...
depende de qual quimera
embala o sonho da gente...
cada inverno tem seu leito
seu vinho de amor perfeito
cada sol tem sua saudade
cada corpo tem sua vontade
cada dia que não aguento
é um pouco do alimento
que desfez a tempestade...
pra me fazer calmaria...
a primavera é sensação
tem sonho ou ilusão
a primavera é seu lar?
o inverno é meu lugar
nas nuvens satisfação
no cinza, a coloração
de um mundo que eu desenhei
de amores que escreverei
de sonhos de imensidão
vem, me pega pela mão
retira do louco convés
este ser louco
que te quer em todo revés
que te quer e não é pouco...
que se cala ainda mais
só por não poder jamais
gritar o teu nome
e o amor que se consome
e o paraíso que envolve
e a vida que enternece
e o mundo que enobrece
e a alma que já foi pobre
agosto
tem o seu gosto
seu riso e seu suor
tem tudo pra ser melhor
não pode, não foi preciso
agosto é o indeciso
caminho do coração
um poço de imensidão
em olhos de acalentar
setembro já vai chegar
e eu sentirei saudades...
eu me verei em tuas vontades...
eu amarei a beira do mar...
setembro fará primavera
em meu corção errante
pro muito mais que um instante
a vida sera quimera
e, um dia, talvez quem dera
eu te farei o amante
que amado seu bem espera...
calado ele pondera...
e quando precisar ir embora?
o que será dessa hora
de gotas em transbordar
que o abraço de aquecer
não poderá confortar...
Uma estrela distante
aguarda setembro
A espera de um instante
que agora não lembro...
Mas lembrarer por meses...
porque nada irá apagar...
eu lembrarei de setembro até janeiro chegar...

(Essa era a primeira versão do poema "Cada mês tem seu gosto")

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