sábado, 13 de agosto de 2011

De Pó e de Poesia XXV


Te quero...
Como a pele pede o toque...
provoque os meus sentidos
reprimidos pelas faces de um medo que se esvai
quando cai a primeira gota de água salgada
e aqui dentro é madrugada
Te quero como a noite quer a lua
como a pele nua pede pelos dedos
como os medos que se esvaem
verdade crua que esmorece
medo de aconchegar que esquece
colo que aquece
te quero em música estrangeira
em frase derradeira
em gritos de amor perfeito
políticas e bons sujeitos
em sussurros de acordar
em amores de repousar
te quero em cama de aconchegar
em magia de acreditar
te quero como as palavras pedem o livro
como a poesia pede o sentido
como a mala pede a viagem
e a estrada chama por mim
te quero assim
volúpia de tempestade
impulsiva mocidade
olhar de calmaria
apaixonante poesia
amor sem mais amar
palavras de encantar
te quero encantador
ah, meu bem...
te quero, amor
em paredes brancas, em vapor
te quero frio, te quero em calor
te quero corpo, pele, umidade
um pouco da tua verdade
te quero
e mais do que tudo: te espero
na face, nos olhos, um brilho
um instante, um desejo
te quero...
e me esmero em te alcançar
e espero não te cansar
dos negros cabelos que cobrem meu rosto
da doce poesia em que te aposto
no salivar dos lábios por teu gosto
na tortura de te ter a um passo
e a um infinito espaço de mim
te quero assim
cor de noite enluarada
palavras de alma apaixonada
poema de simetria reencontrada
força que me guia pela mão
menos mente e mais coração
realidade, com dose de ilusão
imperfeito, te quero humano
te quero além de todo o engano
franco e calmo e sereno
te quero marejar ameno
rítmo de temporal
volúpia de vendaval
quero mais que te querer
mais que te quero
quero te ter
mais do que espero
viver pelo qual esmero
as palavras que aqui derramo
eu inflamo meus sentidos
porque te quero
posso te escrever na areia
mas creia
o mar pode te apagar
mas de mim
ninguém pode te levar
agora
por um dia ou uma hora
enquanto a voz ainda está aqui
e você está em mim
nada pode ser mais perfeito
pela própria imperfeição
nada mais pode ser feito
não há revogar nessa decisão
te quero como o rio quer o mar
o pássaro quer a flor
a música quer a letra
te quero como coração quer amar
como o sentir quer o amor
como a tarde mais perfeita
como a primavera em flor
que virá com você
 e me deixará a mercê
dos braços e abraços
poemas e espaços
encurtadas distâncias
doces fragâncias
partirão da tua pele em conquista
o meu ponto de vista
é tendencioso
o seu olhar tem um gozo
de calma e de paz interna
te quero volúpia
ira, inverno
provar teu gosto no primeiro instante
ser teu amante
roubar-te a calma
sequestrar-te a alma
de contar histórias
de despertar memórias
de me fazer poeta
de me fazer amante
de me tornar por um instante
a poesia incompleta
que te quer por relevante
instante em que serás
a palavra que faltava
a pele que desejava
a letra que não se cantou
o poema que não se recitou
e o amor que nunca se amou
Te quero
porque não há mais espaço em mim pra não te querer
espero...
uma hora, um dia
talvez mais que uma vida
talvez menos qu uma poesia
te quero além dos muros caídos
além da cidade poluída
além dos olhares esquecidos
além da mão erguida
que toca a tua em tal distância
te quero porque o sonho e o sono se acalmam
os rostos tornam-se mais leves...
e eu preciso escrever-te a cada segundo
porque em teus lábios escrevo meu mundo...
te quero...
porque não cabe mais em mim tanto querer
porque não cabe mais a mim não entender
que o que sinto
é maior do que tudo o que minto
pra não admitir
o quanto te querer
me faz viver e ser melhor...

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