Quando viu o pequeno ser
uma lágrima molhou seu rosto
os pequeninos olhos piscavam
tentando enxergar apressadamente
o novo mundo que se abria a sua frente
O grande homem olhou para as pequenas mãos
ainda molhadas com a placenta
pareciam um esboço das mãos dele
uma reprodução perfeita, tão pequenina
enquanto envolviam o pequeno ser naquele manto
o grande homem chorava
sentia bater em seu peito
o coração alegre e descompassado de um menino
quando a adorável moça
colocou nos braços do grande homem
aquela pequena razão de viver
ele pensou que não iria resistir
queria correr pela maternidade
queria gritar de alegria e dizer a todos
"É meu filho!"
e quando a moça de branco
quis levar o primogênito para o berçário
ele não quis largar o menino
e finalmente, quando concordou
fez questão de acompanhá-la até a sala
e lá, ficou velando de longe
o choro agudo do pequeno ser
dizia a todos os que ali chegavam
"Está vendo aquele menino?
É... Aquele menino que está a chorar...
É meu filho! Não é lindo?
Não é a cara do pai?"
quando o menino completou um ano
ele deu uma camisa do seu time do coração
e uma bola de futebol
e queria que o menino chutasse a bola
mesmo que o pequenino
mal conseguisse ensaiar os primeiros passos
quando o menino falou "papai"
ele o pegou no colo
e queria que o menino repetisse
uma... duas... cem vezes...
para que todo mundo ouvisse
quando soube que seria pai novamente
sentiu o chão fugir de seus pés
e quase desmaiou de felicidade
queria comprar tudo o que via
tudo o que fosse cor-de-rosa e tivesse lacinhos
e quando a pequena menina
sorriu pela primeira vez enquanto dormia
o grande homem teve a firme certeza
de que o sorriso tinha sido para ele
quis ser sempre o pai herói
o grande protetor dos filhos
e mesmo quando o trabalho
absorve quase todo o seu dia
e os encontros são limitados pelo tempo
eles ainda são os filhos mais felizes do mundo
porque têm ao seu lado o homem
mais amável e mais amado
você pai... o motivo pelo qual eles existem...
(* dos meus 15 anos...)
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