O canto dos poetas...
O canto dos poetas malditos
as perguntas, os conflitos
pele quente, olhos aflitos
não há dias bonitos na escuridão
portões, promessas, pensamentos
o frio, o som, o lamento
abrir os braços em ato maternal
o espaço de uma estrela
a beleza de não ser o normal
a pele vermelha, negra, azul
cadê que te encontro
cadê que me encontro
perdido, evadido
cadê que não há fogo
cadê que nem sei
onde há fumaça
carinho que abraça
te quero tão logo
a luz se acenda
o frio se apague
o som me compreenda
o tempo indague
de quando fomos um
de quando não éramos dois
sem cor, sem viagem
sem gritos de adeus
amores e paisagens
apólos e morfeus
sobrevoar a história
revisitar a memória
programar
respirar o retrato que não tenho
o som de onde não venho
brincar de te observar
sei o que há
sei onde está
não há caos que sempre dure
nem espera que nunca acabe
há um grito de saudade
amor, valor, tempestade
calmaria
cadê teus olhos leves
cadê cada momento breve
em que podia te ter
entender, viver e tocar...
na fuga como única certeza
eu reergo os meus espinhos
não existe mais beleza
volto a estar sozinho
reergo meus muros, as paredes
em becos escuros
sacio as sêdes
lanço outras redes
vou brincar de ser outro alguém
já não consigo ser quem sou
desculpas
não me encha de culpas
mesmo sem querer
eu só quis te amar
te querer, te esperar
e agora? E agora o que há?
cadê a vontade de respirar?
o desejo de flutuar?
o tudo que era bom de lembrar?
cadê a música?
cadê você?
Leio seu blog há uns três meses e fico cada vez mais impressionado com a quantidade e a qualidade do que posta... Você deveria pensar em publicação. Se escreve com a frequência em que posta no blog, é muita intensidade, quantidade e qualidade para pouco tempo. Tanto em poesia quanto em prosa, a sua escrita tem uma cadência diferente. Parabéns pelo trabalho. Fico grato por ter esta leitura sempre emocionare emocionante para embalar os meus fins de noite.
ResponderExcluirProf. José Antônio