quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Existia um Amor. Duas pessoas existiam. E agora? #8


O Começo Do Fim

Depois de cinco meses, eu ainda sentia o cheiro dele sempre que andava sozinha pela rua. Ainda pensava na blusa preta, na calça jeans manchada na frente e All Star totalmente velho e surrado, sem cadarço. Porque é assim a última imagem feliz que tenho de nós dois juntos. Meu cabelo em uma trança mal feita e o dele totalmente desajeitado e grande, ambos deitados na grama verde do jardim se contorcendo de rir de cada piada sem graça que ele contava.
De repente, seus enormes olhos castanhos olham para mim e eu sorrio sem mostrar os dentes (nunca gostei do meu sorriso), fecho os olhos e o abraço forte. Eu me sentia segura e quente.
Algum tempo depois, abro os olhos e ele não está mais ali. Sinto seu último beijo na ponta do meu nariz, o último toque na minha barriga e o último sorriso torto. Eu estava sozinha, sentada na grama que tinha a marca do contorno dos nossos corpos que nunca estariam juntos novamente, nem se o destino quisesse assim. Tudo não passava de um sonho.

                           "Vamos voltar
                               Ao tempo em que nada
                                   Nos dividia
                                      Havia motivo pra tudo
                                         E tudo era motivo pra mais
                                            Era perfeita simetria
                                               Éramos duas metades iguais". 
                                                                                        
                                                                                                                                                                                        FIM.


Estou escrevendo esse último texto da série “Existia um amor, duas pessoas existiam. E agora?” deitada na minha cama, com meu novo edredom velho xadrez (por que eu fiz o favor de esquecer o meu na minha outra cidade), assistindo “Todo Mundo Odeia o Chris” enquanto minha vida está um caos. 
Em primeiro lugar agradeço a DEUS pela inteligência e sabedoria que me deu e por ter colocado a querida Darla no meu caminho. E a você,minha querida,uma eterna gratidão por ter me concedido esse espaço. Sou muito feliz por isso até hoje, porque até então, ninguém tinha colocado tanta fé em mim. Segundo, a minha mãe, por ter me ensinado o valor da leitura desde que soube que estava grávida de mim. Terceiro, a vocês, meus leitores queridos que me deram forças para chegar até aqui (e olha que não foi fácil). Fico agradecida por terem tido paciência para minhas depressões passadas para o papel. Quarto, a todos os meus amigos, especialmente ao senhor Leonardo e a Jordana, que me apoiaram e não me deixaram desistir nunca.
Enfim, obrigada a todos, de coração. E esse é mesmo o começo do fim, por que nenhuma história – de amor ou até mesmo a nossa – acaba só com um ponto final.

  

    Esta última postagem é dedicada a um amigo que, apesar da distância, consegue estar ao meu lado sempre. Igor, eu te amo.


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                                                                                          Leia mais: Antes que o tempo acabe

Um comentário:

  1. "...e eu sorrio sem mostrar os dentes (nunca gostei do meu sorriso), fecho os olhos e o abraço forte. "
    Muito bom!!

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