domingo, 22 de abril de 2012

 

As folhas secas cedem espaço...
Tece-se o abraço...
Abraça-se a vida pela porta de casa...
Abrem-se as asas, fecham-se as janelas...
Canelas e pimentas temperando a meia-luz...
Corpos nus tocados pela água fria...
Alegria transfigurada em cansaço...
Descompasso de céu tão baixo...
Eu relaxo meus medos...
Encaixo teus dedos nos meus...
Procuro em qualquer deus uma explicação...
Para o brilho das estrelas...
Que tão próximas me parecem...
Pela saudade das palavras hoje ausentes...
Quanto tempo faz?
Nem um dia? Onde estais? Sinto saudades...
Sinto vontades de abraço...
Abraço que nos prometemos...
Promessas que fizemos...
Pra quando o frio chegasse e ele veio...
Descortinando a noite sem arreio...
A cavalgar enormes gotas de chuva fria...
Chuva arredia a esfriar o coração...
Dá-me a canção...
O abraço, a tua mão...
Dá-me um sorriso? Uma palavra doce?
Ou só o silêncio do que quer que eu fosse
para a luz dos olhos que nunca tocaram os meus...
Vem ver a vista daqui de cima...
Vem... 
Dá pra ir mais além do que se vê...
Dá pra ver melhor com você...
Com a paz que exala a tua palavra...
Vem?
O silêncio é um inimigo que machuca...
O Silêncio me escuta...
Ele te chama em vão...
Vem fazer a canção
que falta para o abraço...
encurtar o espaço... 
pulsar um coração no compasso do outro...
Vem ser amigo, ser irmão...
ser presente por um dia, uma tarde, um aperto de mão...
Vem, coração?

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