domingo, 22 de maio de 2011

Prosas que o Mundo dá XIII

...Palavras... Poucas... Objetivas... Confusas... Distantes... Diz não saber... Abusa de reticências... Confere-me elementos surpresa quando ele é quem realmente fascina e surpreende sem se aperceber... Escreve, reescreve, repensa o escrito... Cria com isso expectativa até pela resposta mais trivial... Ás vezes parece confuso, às vezes parece distante... Sorri com o olhar... Apenas entreabre os lábios em tal tarefa... Como se sorrir, na grande maioria das vezes, fosse uma trivialidade inútil e por si só vazia... Como em súplica cuja natureza ainda não identifico, admira os gênios e suas loucuras... Supre-lhe um "ópio" qualquer privando-o da dor contínua e profunda... Quase irritante... Faz breves piadas, mas repete "sério" algumas vezes enquanto fala... Como para tornar mais enfáticas as palavras que profere... Pode ser um em um milhão ou ser como todos os outros, todavia por algum motivo a mim não parece assim... Se fala de livros que ainda não leu, de filmes que ainda não assistiu, de ranckings que desconhece, se fala da surpresa que as vezes lhe causo, ou se julga não perceber em si mesmo o que percebo... Ainda assim de alguma forma soa-me peculiar o que pronuncia, apresenta-se diferente a forma como age... De alguma maneira ou por alguma percepção cuja origem ainda ignoro e talvez... Nunca venha a decifrar... Pode ser gentil quando o quer, mas nega a gentileza transformando-a em constatação... Ri de minhas besteiras, mas confessa as vezes as suas fugas sem nem perceber que o faz... Na busca de jogos de iludir... Na sede específica de café... Nas frestas de um mundo que se abrem, por vezes, sem que ele note... Mas que a mim são tão gritantes que chegam a ensurdecer... Será isto o tal minimalismo? Creio que não... Confessa a dificuldade em causar boas primeiras impressões, as experiências, tentativas, frustrações, mesmo que leves... Sente-se visto como um tolo, por alguns... Diz que o efeito passa na medida em que não divisa mais o rosto que o julga... "Depois passa" - diz ele... Mas... Passará realmente? O seu "conceito distorcido" de literatura (palavras dele) o diz que não sabe o bastante para afirmar seus gostos ou para reconhecê-los... Comenta revistas de música, Beatles, reclama dos reconhecimentos póstumos que entravam a cultura musical... Se digo que os bons sempre estão a frente de seu tempo e por isso só são reconhecidos por quem tem a mesma mentalidade que eles e, por isso, o reconhecimento leva um tempo... Ele concorda e passa a considerar a lógica mais racional a esse respeito. Ou pelo menos, é o que diz...Se falo desmedidamente e divago em minhas ideias, pensamentos e tolices e dou-lhe a liberdade para me calar... Não a quer nesse momento sem nem saber o porquê, ou ao menos é o que afirma... Embora sua consciência lhe diga que não é bom em respostas, quase sempre compõe as perguntas certas num círculo vicioso que muito me apraz... O zelo exagerado parece incomodá-lo, todavia deve haver algum lugar de seu ser que se conforta com ele. Para iludir a mente a fuga... Por não poder alcançar a rua, debilitado momentaneamente pela dor e pela quase morfina ministrada... Busca um banho quente, o conforto da cama ou talvez... Apenas dissimule a necessidade dela... Mas se vai... Chega enquanto minhas lágrimas derramam-se em demasia, descontrole, solidão... Despede-se deixando-me novas impressões, boas ideias e estas palavras... Uma boa influência para uma noite que deprimia meu existir ao som de Engenheiros... Como são as coisas não? Poderia ser só mais um homem de 22 anos caminhando por aí sem que eu o notasse... Entretanto tornou-se impulso para muitas linhas, observações, curiosidades, sensações, pensamentos... A vida é mesmo inusitada... Para não dizer estranha... Todavia interessante vivê-la...

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