sábado, 7 de maio de 2011

Prosas que o Mundo dá VII


Hoje caminhei a noite pela cidade sem nem perceber como o tempo não nos é tangível... Vi pessoas e fui vista por elas, mas assim como passei insignificante aos olhos delas, também elas passaram aos meus... Hoje me atrevi a ousar palavras, olhares, gestos, mas por comum azar que me persegue desencontros mais uma vez se desenrolaram... Estou cansada da estrada difícil, dos passos que sempre precisam ser cautelosos... Cansada de tentar viver quando a vontade é de sumir e nunca mais olhar para trás... Estou cansada de dedicar meus poucos sentimentos a quem se cala diante de meus apelos... Já não estou bem só... Mas também não sou uma peça fácil de combinar na vida alheia... Sou uma carta ao vento que espera para ser lida... Entretanto sei que ninguém desejará isto... Meus olhos tristes esbarram em si mesmos no espelho e não conseguem olhar a si mesmos... Onde estão tantas pessoas que encontramos pelas ruas? Perto ou longe estarão? O que determina a distância que nos separa daquilo que queremos? Se o que quero está tão perto, porque penso estar tão longe, ou pressinto essa distância? Exausta de um abandono que devora o meu ser... Faço de conta que não me importo ou que não entendo... Porque a ingenuidade me parece muito mais confortável do que a hipocrisia de enganar a si mesmo... 

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