quarta-feira, 25 de maio de 2011

Prosas que o Mundo dá XV


Meus sonhos...

...possíveis ou impossíveis são como as letras avulsas: símbolos que não fazem sentido sozinhos. São luzes imaginárias que clareiam minha mente quando meus olhos estão fechados. Eles são assim... Pequenos pedaços de nada e de tudo aguardando pacientemente alguém que acredite neles... Podem não passar de imaginação, podem nem sequer ser imaginados, podem não sobreviver ao instante em que são concebidos... Inflam-se e retraem-se na medida em que olhares indiferentes e recriminatórios e palavras ostensivas os permeiam... Meus sonhos podem sobreviver a um amor interrompido, a um amor platônico, a um "adeus" e podem não resistir a um forte resfriado... Às vezes, dariam requintadas poesias e, muitas vezes, seriam impróprios até para romantização de um zodíaco cotidiano que alguns consultam... Meus sonhos têm preguiça de acordar de manhã, levantar-se da cama, sair de dentro destas quatro paredes e serem vividos... Meus sonhos já se cansaram de fantasiar uma realidade e precisam enxergar além dela, por isso, procuram longe demais o que pode estar ao meu lado... Meus sonhos são palavras que se calam pra que ninguém os considere loucos... Cabem numa mente cheia de pensamentos, num coração vazio de sentimentos, mas nunca couberam em mim... Mascaram-se em roupas que nunca quis usar e nas palavras que uso para ocupar o espaço daquelas que eu realmente desejo dizer... Podem estar a um minuto ou a um passo da realização ou podem estar a um eternidade de alcançá-la. podem nunca passar de uma ilusão ou nem mesmo sê-la, todavia estão sempre ali, como fantasmas do passado, do presente ou do futuro... Insistindo em me fazer insistir até naquilo que mais me limita ou me é limitado. Talvez... Nunca deixem de ser palavras... Talvez... Nem mesmo venham a ser sonhos...

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