terça-feira, 28 de junho de 2011

A Força do Silêncio V


Obsolescência programada?

Múltiplas realidades humanas do contexto atual são a prova densa e viva da midiocracia... Midiocracia esta que para muitos pode sugerir qualquer coisa, menos a real influência que a palavra e os atos em si impõe de formas nem tão veladas quanto se pensa... Primeiro os sonhos são plantados na mentalidade do homem... Necessidades criadas... Lá vem os supostos produtos, ideias e ações que tornarão reais estes "sonhos"... Aquela ideia de obsolescência programada... Consumidos os objetos e as ideias e as ações e tudo que perfaz o sonho manipulado do ser humano "livre"... Novas são as ideias, necessidades e adendos que estarão gritando em placas, músicas, roupas, cores, cabelos e patrocínios de toda a forma de objeto ou programa ou fala ou "n" situações de nitidez e influenciação em massa... Quando perdemos a autononia de chamar o objeto ou produto a ser consumido, adquirido e outros tantos "idos" a este relacionado e começamos a vinculá-lo definitivamente pela nomenclatura da marca é que começamos a eternizar o produto entronizado em nossa mente, por poluições que não fedem a esgoto nas ruas e nem tem estética pouco suportável... Mas que na lavagem cerebral do mundo da propaganda acabam teleguiando nossas vontades e transformando nossos tantos "Josés" e "Marias" das últimas décadas em pessoas que são criadas e preparadas para encaixar-se em um mundo obsessivo de consumo... Onde se confunde necessidade real com necessidade criada... Já não há na camiza do time do coração do menino, por vezes, o espaço para o símbolo que o representa... Ele não cresce como alguém que tem livres vontades e, sim, como alguém que está atrelado a modismos porque eles garantem o convívio em determinados grupos e esses grupos, também criados e veiculados midiaticamente, acabam gerando exclusões desconfortos e desrespeitos... Quando é que os grupos "da moda" mudam? Mudam quando passa a ser interessante para a mídia e para os novos consumos e ideologias vendidas... E, se algo é dantes aplaudido pelo povo, logo se torna também mais uma ferramenta ou mais um produto midiático... No mundo de faz de conta que é inventado e nos inventa todos os dias onde mocinhos e bandidos são um "gado comum" remanejado para o espaço que mais convier ao seu "pastor"... Nessa leva de "ismos", amores e vivências tornam-se também um jogo de leva e traz e de trocas que mais serve a coreografia de dança junina do que propriamente a relações humanas... As trocas geram quase sempre uma premissa de fatores que a meu entender gritam aos quatro ventos... "Será mais fácil ter a experiência de muitos ou a certeza de um?"... As tantas trocas de ideias e ideologias vendidas e deformadas que se espalham pelas esquinas das grandes pequenas cidades a que me relaciono... Levam-me a crer que o mundo inventado que nos inventa todos os dias têm formado homens que vivem em uma realidade construída, em um Matrix reformulado...Estão no mundo, supostamente interagem com ele de forma livre, mas são dominados por algo muito maior... Os poucos, mas existentes, que formam a resistência são aqueles que cometeram o pecado de olhar demais para além do horizonte projetado na tela da TV... Aqueles que ousaram ler o que pra muitos já se torna símbolo de qualquer coisa menos modernidade... Nas páginas amareladas da história e de muitos livros que hoje foram largados de mão em tantas estantes e outros adendos, talvez o homem "livre" do contexto contemporâneo encontrasse as asas de que precisa para alçar vôo e arrebentar as correntes invisíveis... Somos hoje, pássaros cativos que recebem a liberdade... A porta da gaiola está aberta, todavia não conhecemos a extensão do todo que há do lado de fora. E, por nem saber que há um todo, permanecemos ali... Na zona de conforto do "todo" que conhecemos com medo do "nada" ou do tudo que pode haver para além do horizonte que nossos olhos, infelizmente, desacostumados alcançam...

2 comentários:

  1. Muito bom esse texto. Parabéns! E obrigado por aparecer no Abiloblog.

    ResponderExcluir
  2. Abiloblog é meu respirar... Leva as ideias que eu gostaria de discutir por minhas estâncias, mas onde me falta a devida companhia para...

    ResponderExcluir