segunda-feira, 20 de junho de 2011

De Pó e de Poesia XIII


Para além do muro

Para além do muro talvez...
Haja uma tempestade de areia na estrada nunca trilhada...
Estrada de terra, estrada perdida, de pó... pó da estrada...
E do muro há de se tirar a fortaleza;
E da fortaleza, a proteção...
E quiçá a dúvida nunca chegue nessas instâncias
e... Talvez... a esperança nunca fuja do coração...
O mestre para além do muro,
o homem para além da vida...
Chegou lento e tomou espaço...
Fugiu entre os dedos sem avisar...
Para além do muro escondeu a verdade...
Para além do horizonte o sonho de Maria...
Dançaram borboletas em tristes melodias...
Cadê, Maria?
Dirá o menino para além do muro
e o muro cairá em prantos
e transformar-se há em lamentação...
Suas lentes de séria personagem caírão...
Ele não enxergará nem mesmo o muro...
Nem a fuga de Maria e nem o escuro
Abismo do abandono e abismado
Socorrerá os versos tortos de uma avizinhado ser
Não haverá mais sonho porque Maria crescera...
Não haverá mais proteção no muro de outrora...
As lentes devolvidas aos olhos já não servirão
porque o mundo que era seu perdeu-se com elas...
Cairão então sobre seus ombros o peso do mundo...
a verdade sem precedentes que nunca enxergara...
imundo covil de imorais valores...
cairá sobre sua vida a frustração de Maria...
Afinal, para além do muro...
De Maria eram os sonhos. E do menino?
Apenas o olhar lançado sobre eles...
Um olhar que tinha entre ele e os sonhos...
Um muro de particularidades...
Que nunca o deixou entender e nem tão pouco aceitar....
Que quanto mais Maria se prendia, menos ela amava ali estar...
E pulou o muro a menina...
Porque assim se sentia enquanto seus pés tocavam a empoeirada estrada...
Que estava para além do muro e que ninguém nunca viu...
E que permaneceu depois de Maria, ali, intocada...

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