Uma voz...
A voz age como uma onda...
sonda, fragiliza, enrigece, faz verão
sensação de tarde inacabada
nada pode então dar conta
do que desponta dentro de mim, se você está...
uma voz e qualquer palavra...
do que falava nem sei
mas olhei, ouvi, senti...
a boca provou o sabor
sem que houvesse o ato...
calou-se de imadiato...
era fim de tarde e fazia calor...
gelo derretido, olhos sorridentes
dentro da gente, o sonho censurado...
inacabado o espaço de tempo...
em que, lamento, não pude falar
calar doeu como açoite, feriu
traiu a ferida que exposta esteve desde então
canção que poderia te cantar
ilusão que queria te imaginar...
e ela foi embora
e levou um pedaço de mim
mas agora sinto
que também não era assim...
porque eu nada levei, mas deixei visceral
sentimento de querer mais e de te querer
dever meu de nada dizer...
calar a reciprocidade,
migrar a outra cidade...
por quatro horas ou por dois dias
são poesias, sentidos que sem demora
que se derramam quando é madrugada
e em sede te quero ainda mais
inesperada a vontade manifesta
de tudo o que não direi jamais...
eu me apaixonei por uma estrela...
mas, ei de vê-la
ainda que tão distante
em meus sonhos a todo instante...
ver teus olhos adormecidos...
a pele em paz de Morfeu...
de tantos desejos idos...
meu sonho que se perdeu...
que se confunde às verdades...
meus mundos e tempestades
meu mar de imaginação
perdeu-se na gota pequena de um infinito
onde Helena, grega lenda, era o prêmio mais bonito...
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