quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Partes de Mim XX


Seguindo Pegadas...

Chama insistentemente o telefone, enquanto eu te observo daqui do meu quarto de dormir... Eu toco os teus lábios com os dedos na tela mágica, onde sua imagem é mais uma gota de ilusão no oceano de sentimentos em que me perco e me encontro todos os dias... Nesse momento, eu sou quente como os dias de verão na ilha de calor da cidade solidão... Meus olhos são feitos do brilho que vejo em você... Enxergo o sorriso em seus olhos como um sinal, uma passagem para um pedaço de você... E o portal? Onde está o portal que transformará os meus dedos que afagam a tela em meus medos que fogem por ter você? De que outros modos terá sorrido nas tantas vezes em que se deixou amar? Meu sonho é uma página em branco esperando ser preenchida em doce poesia pelas tuas palavras de menino, de homem, de início e de fim dos meus dias... Eu espero você, enquanto eu respiro... Só enquanto respirar... Deixa que eu fale com os olhos porque os lábios estremecem, agora, enquanto ouço, vejo e sinto como um passo a mais de um vislumbre distante que se aproxima cada vez mais... Quem me escuta, entende, escolhe? Um homem solitário de encontro ao espaço, talvez inteiro ou um pedaço de tudo aquilo que um dia foi. Um homem feito de tempestade, que viveu sempre pela metade, quem sabe inteiro se for a dois. No quarto as paredes são um lugar quente pra chorar, pra fugir do novo, pra lembrar o antigo, pra gostar do impossível que se estende para detrás da porta, além da janela, do outro lado da tela que é feita de espaço. Na noite vazia de páginas infindas, as palavras piegas de uma poeta distante caem ao chão como gotas de chuva de um lugar muito mais ao sul do que ele imagina... A mente se fecha, se abre e se esconde como se em Pandora semelhante pudesse ainda esconder os segredos de seu mundo. Uma observadora distante parou por segundos no olhar de um jovem estudante, nem idade e nem sonhos se equiparam ao conceito da juventude convencional. O silêncio era a límpida paisagem do meu céu, era o vermelho cremoso que o fim de tarde teimava em dissipar... O mago e a musa na fala do cavaleiro negro... Palavras perfeitas dos poemas mais épicos, dos sentimentos mais humanos, das partes de um ser que se dividiu em dois por não caber dentro de si tanta paixão e outros sentimentos potencializados...

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É quando o outro lado da linha silencia e a vontade de parmanecer ali pelo tempo infinito de uma vida, grita como criança desesperada buscando o aconchego dos braços maternos e tece laços, lágrimas e ideias, na esperança de que esses olhos que me olham sem me ver, possam ser olhos que me adivinham sem me olhar. E. como quando se despede, preciso dizer "te quero", para que isso seja ainda mais teu do que sempre foi...

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