quarta-feira, 7 de setembro de 2011

De Pó e de Poesia XXXVII


O que há depois...

Eu admiro quem consegue
amar incodicionalmente
Admiro quem segue
seu caminho livremente
Há quem tenha coração tranquilo
mas há quem fere
quem adere ao prazer de invadir
ferir, desferir golpes de espada
e na estrada incerta, corromper
distorcer o mundo
profundos sentimentos galgados...

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(Do outro lado da mesma folha)

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Eu virei o papel pra não falar de dor
os versos do outro lado, desfolhados como flor
não significam mais nada
não interferem na estrada
que escolhi trilhar em pares
mesmo sendo a escolha uma prisão
eu me prendi nesse avião
que tinha hora pra decolar
fiz malas, organizei os verbos...
desfiz os seus desertos
a espera fazia a lentidão
minutos arrastados
caminhos interligados
vestiam meu coração
eu fiz cada refrão
pensando em cantar ao moço
em desfazer o desgosto
deo grande espaço de amar
e tudo o que foi poesia
era uma parte da agonia
dos dias de te esperar
a espera foi aprendizado
acalmou a alma cheia de planos
estudou os enganos
agradou desagrados
tudo era cartesiano antes
tudo é ternura agora
os meus doravantes
se perdem na mesma hora
em que seus olhos são
as janelas que me deixam te enxergar
os lábios que se contraem
"Eu quero você"
que se percam os caminhos
e as palavras e inverdades
eu sei o que há em nós
o que há no pensamento
sei que fugimos para a sós
estarmos dois, mesmo quando um
eu penso no que há depois
depois do primeiro dia
depois do último abraço
ou do primeiro dos últimos que daremos
mas penso mais no que vem antes
antes do anoitecer
das sombras unirem os rostos
das mãos enlaçarem os dedos
de silêncio se fazer
quando palavras não servirem
de nada além de enfeite
eu penso no calor do deleite
dos sonhos profetizados
os destinos reencontrados
a alma silene se apega
a um espaço que machuca
mas o fascínio é maior
o despertar é doce
o olhar é calmo
o abraço é terno
o mundo é um ruído distante
s ouvidos não o desejam
as bocas derretem
o calor renova a alma
o perfume é incomum
não há espera
não há escolha
não há quimera
que recolha
os panos estendidos
as vestes mal vestidas
o jogo de improvisar
é tarde... A fuga não funciona
não é desejo que se impulsiona
o que há de ti em mim
no vento e no que está por vir
é nosso como o sonho que  o encantou
nosso como o olhar
o abraço a ser dado
as cortinas e as janelas
um mundo de sol e cor
outro mundo de quimeras
em nuvens de noite eterna
e pingos de chuva e frio
o meu mundo mais escuro
mas temeroso e arredio
se desfaz de dia em dia
de noite e madrugada
em que te tenho por aqui
tornando a minha estrada
um caminho mais leve de se seguir...

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