quarta-feira, 2 de novembro de 2011

De Outros Tempos XXX

 

Sangrando

Sangra alma de golpes dormentes
ou de sonhos irrealizáveis...
Se são os seres inconsequentes
ou os pensamentos indomáveis...

Filhos de uma mesma realidade,
nascidos da mesma solidão,
caçadores da mesma verdade,
feridos no mesmo coração...

Corre o herói machucado,
ferido na bela face,
cansado, desesperado,
vazio... Ah! Se chorasse...

Mas, os olhos verdes lacrimosos
sorriem a desmentir
o que os lábios ociosos
não cessam em me pedir...

Como não pudesse evitar
redí-me à tua voz
e quão bom foi imaginar
que poderíamos estar a sós...

Com o desejo não mais oculto,
o corpo tocando o corpo...
Ao longe espasmódico vulto
do receio recentemente morto...

Eis que os seios abandono
no leito do amor celenterado
mirando que sou teu dono
no murmúrio sufocado...

Por um beijo ocasional,
narrado sem hora marcada...
O teu ser descomunal
em cama desarrumada...

(Março de 2001)

Assim encerra-se esta Série para dar espaço a novos ares, novas palavras e novas formas de ver o mundo, a vida e lidar com palavras. Obrigada aos que compreenderam os meus desabafos de adolescência e entenderam que o objetivo desta série era mostrar que houve um ontém para o hoje do que escrevo. 




Grata pelos que por aqui passaram...


3 comentários:

  1. Minha querida, Uma fase vaie outras vem. Só não nos deixe órfãos de sua poesia, please.

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  2. Darla... Darla... Ouvindo "Querem meu sangue" e tentando entender quem em sã consciência iria querer tal coisa. Insisto. Pense em publicação. Não pelo que escrevias na adolescência, mas pelos pontos negros que deixas a marcar todos os meus fins de noite. Ouça este velho professor. Cace um editor, organize as ideias e ouse.
    Abraços,
    Prof. José Antônio

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  3. O "Querem meu sangue", professor, era uma referência ao título da poesia... Perdão se fiz gerar uma interpretação errônea, nem sempre expresso o que pretendo expressar com a clareza necessária.

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