sábado, 5 de novembro de 2011

Prosas que Mundo Dá XXXIII

 

Crianças
           
          Crescemos... Encaramos o mundo e fazemos coisas das quais nos orgulhamos todos os dias. Coisas incríveis, que salvam vidas, que melhoram vidas. Mas, quando chegamos em casa, voltamos a ser aquelas crianças que só querem a aprovação do pai e da mãe. E nada pode nos machucar mais do que a falta disso.

       Eu não entendo porque isso acontece realmente, mas eu sei que é assim. Podemos ser perfeitos, ganhar prêmios, sermos elogiados por todos, mas isso não vale nada comparado a um “ele é meu filho”. 

        Porém, nem sempre isso é possível. Então, crescemos e fingimos uma força sentimental para nos defender. Se sobrevivemos a falta de amor de nossos pais, quem mais poderá nos machucar? Mas, a verdade é que ainda estamos machucados... Crescemos machucados e isso nunca terá cura. Um dia, a máscara cai e toda força da qual nos orgulhávamos vai por água abaixo.  Sempre haverá aquele momento em que iremos implorar pra qualquer um o colo que não nos foi dado. 

        Eu sei que esse texto deveria ter um final reconfortante. Mas, eu ainda não descobri o que fazer para amenizar a ferida de quem ainda se sente uma criança, que precisa de uma mão na cabeça para se sentir segura. 

Eu não sei...


"Time on his hands
Time to get back on his feet again
Time left to stand
Time to let go of his feelings"


3 comentários:

  1. Cuidar do broto pra que a vida nos dê flor e fruto, dizia Milton Nascimento. Falta isso aos pais e aos progenitores de hoje. As crianças crescem em um mundo que educa pela TV e onde demonstrar o mínimo de sentimentos é prova se força. A falta de estrutura forte fragiliza as crianças. Parabéns pelo texto, curto e conciso, linguagem acessível, sensível percepção da realidade.

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  2. Mais uma senhorita de boas palavras e sensibilidade aguçada.
    Prof. José Antônio

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  3. Samanta... Parabéns pelo texto, guria...

    Sobre a coisa de ser orgulho dos pais, isso tem relação com o legado das pessoas que amamos... Sempre buscamos honrá-las... É uma coisa de "legado de família". Mesmo que nossos pais não demonstrem em algumas situações, eles sempre serão orgulhosos dos nossos feitos. Somos uma parte deles nesse mundo, o "legado" deles. Admiro demais isso na cultura oriental, só não podemos levar aos extremos. Afinal, os japoneses tem uma taxa altíssima de suicídio em torno dos 30/40 anos... Melhor eu me cuidar, estou com 31. hehehehe

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